2 de jul. de 2011

Sintonia em Off

A partir de hoje, o blog Sintonia Home Page entra de férias por alguns dias, retornando em agosto com novidades. Aos leitores, aproveitem para conhecer todas as seções do blog, com muito conteúdo e música para todos os gostos.

Até o retorno!
Junior Silva

1 de jul. de 2011

Momento Flashback: Real Life


Real Life - Send Me An Angel

Banda new wave e synthpop que surgiu em 1980 na Austrália, a Real Life é formada por David Sterry (nos vocais e guitarra), Richard Zatorski (teclados, ficando até 1986 quando foi substituído por Steve Williams), Alan Johnson (baixo) e Danny Simcic (bateria).

Seu primeiro disco Heartland (de 1983) fez sucesso absoluto, impulsionado pelos singles "Send Me An Angel" e "Catch Me I'm Falling". Os dois discos seguintes - Flame e Down Comes the Hammer - impulsionaram a carreira da banda, vindo a realizar diversas turnês na Europa e nos Estados Unidos. Em 1989, o ex-tecladista Zatorski cria sua própria banda e regrava "Send Me An Angel" em nova versão enquanto que a Real Life lança sua primeira coletânea Best of Real Life: Send Me An Angel, apresentando sua própria versão do seu single de maior sucesso, além de gravar mais um disco novo intitulado Let's Fall In Love.

Em 1996 ocorre nova mudança na banda com a entrada de George Pappas no lugar de Steve. Após isso, a Real Life continuou a gravar novos álbuns como o Imperfection, de 2003. O último trabalho da banda foi uma compilação de 2009 chamada Send Me An Angel – '80s Synth Essentials e a faixa-título continuou estourando em vários países com novas mixagens e versões, sendo regravada pelo duo britânico Pet Shop Boys.




30 de jun. de 2011

A Música no Mundo e no Brasil - Parte 70

A época de ouro dos festivais de música popular vai até 1968, pois em dezembro daquele ano o Brasil entrou no inferno do AI-5 e os artistas, intimidados e censurados, não puderam mais exercer verdadeiramente seu ofício.

O canto do cisne do período de maior efervescência musical que o país já conheceu foi o III Festival Internacional da Canção, da Rede Globo, realizado em setembro de 1968, em meio a passeatas que degeneravam em batalhas campais, mortes de opositores da ditadura, denúncias de torturas, ações armadas da esquerda, atentados dos grupos para-militares de direita (o Comando de Caça aos Comunistas acabara de espancar o elenco da peça Roda Viva) – a ante-sala do inferno, enfim.

O então influente Jornal da Tarde (SP), naquele final de 1968, dia após dia dedicava suas manchetes e principais matérias ao “terrorismo”, fazendo alarmismo para enlouquecer a classe média e favorecer a linha dura militar na luta interna em que se decidia o rumo do regime. Pode-se pensar em festivais num momento desses?

Pode-se. E isto ficou claro quando Geraldo Vandré apresentou na eliminatória paulista sua "Pra Não Dizer Que Não Falei de Flores" (ou, simplesmente, "Caminhando") – canção-desagravo, hino revolucionário, síntese e depuração de tudo que já se fizera em termos de protesto político no Brasil.

Vandré atravessava uma fase difícil, rompido com as emissoras de maior audiência junto ao público de MPB (TV Record e rádio Jovem Pan), amargando uma desilusão amorosa, sendo hostilizado e gelado pelos estudantes de esquerda.

Fora-lhe muito danosa a publicação de uma foto no jornal Folha da Tarde, na qual aparecia abraçado a Abreu Sodré, ajudando-o a escafeder-se do palco armado na praça da Sé, após ser apedrejado por manifestantes.

Governador biônico (imposto pela ditadura), Sodré tentara falar num ato comemorativo do 1º de maio, sendo surpreendido por uma reação organizada pelos movimentos operários do ABC e de Osasco, com o apoio dos estudantes.

Vandré era amigo do governador, que, inclusive, o esconderia mais tarde no próprio Palácio dos Bandeirantes, quando a repressão o perseguia. Mas, claro, preferia que essa ligação perigosa não se tornasse de domínio público. A mim e a alguns companheiros secundaristas, semanas depois, deu uma desculpa esfarrapada: “Estava bêbado. Não me lembro de nada do que fiz naquele dia”.

O certo é que, tido como artisticamente morto, Vandré enfrentou e venceu o maior desafio de sua carreira. Por conta disto, passou definitivamente à condição de mito, mas foi destruído como pessoa.

Questão de ordem: o tropicalismo se radicaliza

Para elevar ainda mais a temperatura, os baianos resolveram fazer uma correção de rumo no tropicalismo, que, ao ser lançado no ano anterior, parecia pregar o desengajamento dos jovens da política revolucionária, por que não?

O modelo 1968, entretanto, veio fortemente influenciado pela Primavera de Paris, o movimento neo-anarquista que levou a França às portas da revolução.

Aliás, foi um slogan das barricadas parisienses o ponto-de-partida da composição inscrita por Caetano Veloso no III FIC: "É Proibido Proibir". O estribilho já veio pronto, mas os versos que ele criou foram corrosivos, geniais: “Me dê um beijo, meu amor/ Eles estão nos esperando/ Os automóveis ardem em chamas/ Derrubar as prateleiras/ As estantes, as estátuas/ As vidraças, louças, livros, sim/ E eu digo sim/ Eu digo não ao não/ Eu digo, é proibido proibir”.

Gilberto Gil seguiu o mesmo diapasão em "Questão de Ordem", enfocando situações vividas pelos contestadores agrupados nas comunidades alternativas da Europa: “Se eu ficar em casa/ Fico preparando/ Palavras-de-ordem/ Para os companheiros/ Que esperam nas ruas/ Pelo mundo inteiro/ Em nome do amor”.

A maior parte da esquerda brasileira, entretanto, via com desconfiança esse anarquismo de classe média do 1º mundo; e com franca hostilidade as roupas coloridas, os cabelos desgrenhados, as guitarras elétricas. Preferia os ritmos nativos, do samba carioca à riqueza musical nordestina; e o visual bem comportado, com os intérpretes se apresentando discretamente para não atrapalharem a compreensão da mensagem que os versos transmitiam. Era esta a tendência majoritária na eliminatória paulista, que teve lugar no Tuca.

Ao final, quando da execução das cinco escolhidas para a final no Rio de Janeiro, Caetano Veloso, que já estava indignado com a não-classificação da música de Gil, explodiu de vez diante das ensurdecedoras vaias que o impediam de reapresentar adequadamente "É Proibido Proibir". E fez o discurso célebre, que foi lançado até em disco:
– Mas, é isto que é a juventude que diz que quer tomar o poder? É a mesma juventude que vai sempre, sempre, matar amanhã o velhote, o inimigo que morreu ontem. Vocês não estão entendendo nada! (…) Nós tivemos a coragem de entrar em todas as estruturas e sair delas. Se vocês forem em política como são em estética, estamos feitos!

Injustiças de festival e sabiá intemporal

A finalíssima, no Maracanãzinho, apresentou algumas músicas de qualidade superior. Como "O Sonho", estréia daquele que seria um dos maiores nomes da MPB na década seguinte. O Jornal da Tarde se referiria ao ”menino Egberto Gismonti” como “um talento”, destacando a letra de "O Sonho" como a melhor dentre as inscritas por compositores que não atuavam em São Paulo, além da “muito boa harmonia e um ótimo arranjo”.

Os Mutantes compareceram com um trabalho de qualidade e impacto, "O Caminhante Noturno", um dos ápices do seu início de carreira. O sexto lugar não lhes fez justiça.

Toquinho e Paulo Vanzolini foram prejudicados pelo clima de festival, com plateia e júri tomados por emoções fortes, sem paciência para apreciar a sutileza e cristalina beleza de "Na Boca da Noite" (“Cheguei na boca da noite, parti de madrugada/ Eu não disse que ficava nem você perguntou nada/ Na hora que eu ia indo, dormia tão descansada/ Respiração tão macia, morena nem parecia/ Que a fronha estava molhada”).

Vista retrospectivamente, a sua classificação em oitavo lugar, atrás de "Andança" (Danilo Caymmi e Edmundo Souto, 3º), "Passacalha" (Edino Krieger, 4º), "Dia da Vitória" (Marcos e Paulo Sérgio Valle, 5º) e "Dança da Rosa" (Maranhão, 7º) nos dá um testemunho eloquente sobre a incompetência do júri mais vaiado da história dos festivais.

Outras injustiçadas: "Canção do Amor Armado", concepção grandiosa de Sérgio Ricardo, relegada a um irrisório nono lugar; "Oxalá", ótima elaboração de uma história de capoeiristas, de autoria de Théo de Barros; e "América, América", épico com que César Roldão Vieira reverenciou a figura mítica de Che Guevara.

"Sabiá" é um capítulo à parte. Trata-se de uma música intemporal, como quase tudo que Chico Buarque fez naquele período conturbado. Não que "Carolina", "Bom Tempo", "Bem-Vinda" e que tais fossem desprezíveis, longe disto. Mas, com seu romantismo óbvio, sensibilizavam o público alheio à efervescência política de então e a toda a evolução da MPB nos anos 60.

Serviam de contraponto a uma realidade explosiva (críticos reacionários chegavam a apontar Chico como alternativa aos engajados e aos tropicalistas). Tanto nas idéias como na forma, eram músicas velhas – embora assinadas por um talento superior.

Não sem motivo, Chico Buarque se penitenciaria mais tarde, com a autocrítica "Agora Falando Sério" (“Agora falando sério/ Eu queria não mentir/ Não queria enganar/ Driblar, iludir/ Tanto desencanto/ E você que está me ouvindo/ Quer saber o que está havendo/ Com as flores do meu quintal?/ O amor-perfeito, traindo/ A sempre-viva, morrendo/ E a rosa, cheirando mal”).

Último ato: público indignado, júri pressionado

"Sabiá", de Tom Jobim e Chico, na interpretação de Cynara e Cybele, foi a surpreendente vencedora. O grande repórter Walter Silva, que esqueceu um gravador ligado na sala de deliberação, revelou depois na Folha da Tarde que o presidente do júri, Donatelo Grieco, pressionou os demais jurados, advertindo-os de que os militares não aceitariam a vitória de “músicas que fazem propaganda da guerrilha”, como "Caminhando" e "América, América".

Quando a preferida do público foi anunciada em segundo lugar, o Maracanãzinho explodiu numa monumental vaia, entremeada de gritos de “Vandré!”, “Vandré!”.

Havia motivo. Reprimindo uma manifestação de rua, soldados haviam submetido estudantes a terríveis humilhações (chegaram a urinar sobre os jovens rendidos e a bolinar as moças). Isto despertou indignação generalizada na cordialíssima cidade maravilhosa. O FIC aconteceu logo depois e os cariocas adotaram "Caminhando" como desagravo. Vandré teve muito mais torcida lá do que em São Paulo.

Por mais que tentasse, ele não conseguiu convencer o público a respeitar Chico, Tom e as duas meninas do Quarteto em Cy, direcionando sua ira apenas contra o “júri que ali está”. E, com clarividência, proferiu a frase célebre: “A vida não se resume em festivais”. Só não adivinhou que seria uma das primeiras vítimas da vida pós-festivais, quando os holofotes da arte não conseguiriam mais espantar as trevas.

Em alguns bairros da Zona Sul, as pessoas saíram às janelas quando Vandré bisava a "Caminhando" e cantaram junto, a plenos pulmões, descobrindo uma comunhão cimentada pela dor e revolta – que tão cedo não se repetiria.
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*1 Texto extraído do artigo "Canto dos Cisnes dos Grandes Festivais, o III FIC Faz 40 Anos", de Celso Lungaretti, em comemoração aos 40 anos do III Festival Internacional da Canção em 2008.
*2 O III Festival Internacional da Canção Popular teve, em sua fase inicial, 5.508 inscrições, dentre as quais foram selecionadas 42 melodias apresentadas nos espetáculos realizados nos dias 26, 28 e 29 de setembro de 1968 no Rio de Janeiro, tendo a música "Sabiá" (de Chico Buarque e Tom Jobim) interpretada pela dupla Cinara e Cibele, no circuito nacional.
*3 A parte internacional do III FIC contou com o concurso de 34 países. Neste ano foi instituída uma série de troféus em homenagem de personalidades nacionais e estrangeiros. O Brasil obteve então o seu primeiro Galo de Ouro, seguido do Canadá em 2º lugar e Estados Unidos em 3º lugar.
*4 A partir da década de 1970 foram realizados outros festivais promovidos, principalmente, pelas TVs Tupi e Globo.

29 de jun. de 2011

Um pouco sobre Natália Mallo

Natália Mallo é natural de Buenos Aires e, após seus estudos, começou a ter interesse pela música logo quando entrou no Conservatório de Bellas Artes da capital argentina. Aos 17 anos de idade, se identificou com a música brasileira. Com 20 anos de idade, ela vai morar em São Paulo tentar sua carreira profissional como cantora e compositora em 1995.

Após trabalhar com alguns artistas independentes na produção e como técnica de som, Natália entra em um projeto musical denominado Trash Pour 4, um quarteto formado por ela (nos vocais e baixo), Gustavo Ruiz (guitarra), Dudu Tsuda (teclados) e Mariá Portugal (bateria), que surgiu de uma brincadeira entre eles, buscando resgatar antigos sucessos da música pop em novas versões. A banda passou a se apresentar pelo Brasil e pelo exterior (Japão, Coréia, Grécia e outros) e lançou seu primeiro disco em 2005 com Recycle Vol. 1 pela gravadora MCD com regravações de alguns sucessos da década de 1970 e 1980.

Além do TP4, Natália também faz parte do grupo gatoNegro, juntamente com Ramiro Murillo (violão e arranjos), Cintia Zanco (violino), Marisa Silveira (violoncelo) e Rui Barossi (contrabaixo), criado em 2003 e que vem apresentando clássicos que marcaram o tango e a milonga de seu país de origem. Já em carreira solo (sem abandonar as bandas de origem), Natália gravou seu disco Qualquer Lugar no final de 2007, com destaque para a faixa-título e o sucesso "Banheira", já emplacando nas rádios do país.

Natália Mallo - Qualquer Lugar


Em show de apresentação do seu disco Qualquer Lugar em São Paulo no ano de 2007, Natália Mallo canta a faixa-título do seu trabalho.

REVELAÇÃO MPB: Natália Mallo


Natália Mallo - Banheira

Nesta última quarta-feira do primeiro semestre de 2011, trago uma bela cantora que surge na nossa música brasileira para todos conhecerem um pouco de sua vida e carreira. Natália Mallo é a Revelação MPB de hoje.

26 de jun. de 2011

Sintonia::: Especial Maysa



Playlist com Top 15 contendo as maiores composições e sucessos de Maysa.

Os Últimos Momentos de Maysa

Maysa - Hino ao Amor

A partir de 1970 foi um começo de mudanças na vida profissional de Maysa. Chegou a ser repórter do programa Dia D, na TV Record por três meses e logo depois grava novo disco intitulado Ando Só numa Multidão de Amores, dando mais ênfase ao seu lado intérprete.

Ao receber um convite da TV Globo para se apresentar no programa Som Livre Exportação, Maysa teve desejo de atuar como atriz. No ano seguinte, por intermediação do diretor Daniel Filho, fez sua primeira aparição na novela O Cafona, de Bráulio Pedroso, no papel de Simone, além de gravar um compacto com o tema de sua personagem. Logo depois, tenta carreira no teatro na peça Woyzeck, interpretando a mulher do personagem principal, além de produzir o espetáculo, mas não teve o sucesso esperado.

Por convite da TV Tupi, volta a atuar na novela Bel-Ami, no papel de Márica, mas não chegou a concluir. Com a insatisfação em relação aos últimos trabalhos e shows, Maysa dá um tempo em suas atividades, fazendo apenas algumas aparições na TV. Ainda teve problemas de saúde em razão da bebida, vindo a melhorar logo depois. Em 1974 grava seu 17º e último disco de sua carreira Maysa, com destaque para a música "Bloco da Solidão", de Jair Amorim e Evaldo Gouveia. Seus últimos shows foram feitos na boite Igrejinha, em São Paulo, todos dirigidos pelo psiquiatra e escritor Roberto Freire.

Maysa ainda cedeu entrevistas para programas da TV Bandeirantes e TV Cultura em 1975. Mesmo com sua vida afetada pelo álcool, ela vivia se cuidando, mesmo longe dos palcos.

Após almoçar com seus pais no Rio de Janeiro no dia 22 de janeiro de 1977, Maysa resolveu voltar pra Maricá onde passava todo final de semana e sofreu acidente de carro em que dirigia, vindo a falecer na ponte Rio-Niterói. Dessa forma, o Brasil perdeu uma das grandes cantoras da nossa música, cuja maneira de cantar e de se apresentar veio a influenciar diversos artistas.

Na sua trajetória musical com cerca de 20 anos de carreira, Maysa teve várias homenagens como a minissérie dirigida por seu filho Jayme Monjardim para a TV Globo exibido em janeiro de 2009, além de diversos livros póstumos retratando sua vida.

Maysa no Brasil e no exterior

Maysa - Ne Me Quitte Pas

Em 1957, Maysa e André Matarazzo passavam por sérios desentendimentos. No meio disso, gravou seu segundo disco Maysa que emplacou nas rádios com a música "Ouça", se tornando sucesso em todo o país. Recebeu convites para se apresentar na rádio e na televisão, e sua carreira vai crescendo a cada show.

Com isso, fez resultar na separação oficial de seu casamento com André e seguir com sua nova fase profissional. Mesmo assim, a vida não foi fácil para Maysa, a ponto de algumas vezes entrar em crises de depressão, comprometendo até mesmo nas suas apresentações pelo país em razão das bebidas. Por causa de seu status, foi criticada pela sociedade na época e em alguns jornais de circulação.

Mesmo assim, Maysa não se abateu e em 1958 gravou novo disco Convite Para Ouvir Maysa nº 2 em 1958, onde traz outra grande composição que buscava retratar o momento em que vivia meses atrás: "Meu Mundo Caiu". Recebeu premiações pelas vendas de seus discos e obteve reconhecimento como melhor cantora do ano pelo Clube dos Cronistas de Discos, e como cantora revelação pelo Jornal O Globo. Em sua vida pessoal, teve vários relacionamentos amorosos após o término de seu casamento.

Com o surgimento da bossa nova, Maysa deixa de lado seu estilo e passa a divulgar este novo ritmo pelo exterior, com a gravação de seu 11º disco Barquinho, produzido por Ronaldo Bôscoli (com quem se relacionou e a ela dedicou a música "Maysa", em parceria com Luiz Eça) e realizando shows na América Latina, no Japão e em alguns países europeus. Chegou a morar nos Estados Unidos por três anos e continuou a gravar novos discos nos anos seguintes.

Em 1964, falece André Matarazzo, seu ex-marido, e Maysa vai morar na Espanha com seu filho Jayme por alguns meses. Em sua volta ao Brasil, participa do I Festival Internacional da Canção da TV Rio interpretando "Dia das Rosas", de Luiz Bonfá e Maria Helena Toledo, ficando em 3º lugar na classificação geral do circuito nacional em 1966.

Em 1969, após viver bom tempo fora do país, Maysa é convidada pelo apresentador Flávio Cavalcanti para ser jurada de seu programa A Grande Chance da TV Tupi, no Rio de Janeiro. Após isso, a cantora ganha um programa próprio na emissora chamado "Maysa Especial", dirigido por Carlos Alberto Loffler. Meses depois, realiza um grande show no Canecão, casa de espetáculos do Rio de Janeiro, apresentando-se para um público de mais de mil pessoas e que resultou em seu novo disco Canecão Apresenta Maysa.

Quem é Maysa?

Maysa - Adeus

Maysa Figueira Monjardim é descendente da influente e tradicional família Monjardim, do estado do Espírito Santo. É filha do advogado Alcebíades Guaraná Monjardim e Inah Figueira, além de bisneta do Barão de Monjardim (Alfeu Adolfo Monjardim de Andrade e Almeida) e, apesar das dúvidas sobre seu local de nascimento, sua família morava em Vitória-ES. Porém, sua mãe resolveu dar a luz no Rio de Janeiro, na clínica de seu avô paterno Manuel Silvino Monjardim que era médico e político no dia 06 de junho de 1936. O nome Maysa inspirou-se no nome de uma grande amiga de sua mãe Inah chamada Maria Luysa.

Maysa e seus pais se mudaram para Bauru e depois São Paulo. O pai de Maysa era boêmio e conheceu muitos amigos no meio artístico e político. Maysa iniciou seus estudos no Colégio Assunção e internou-se no Colégio Sacré-Coeur de Marie de São Paulo. Durante a infância e adolescência, Maysa já começava a ter gosto pela música. E foi com 12 anos de idade que compôs sua primeira canção: "Adeus". Ainda chegou a ter aulas de piano e aprendeu a tocar violão.

Entre 17 e 18 anos, após sua saída do colégio, Maysa se casou com André Matarazzo Filho, descendente de uma grande, rica e influente família de origem italiana - os Matarazzo - que morava numa mansão situada na Avenida Paulista, em São Paulo, perto dos pais da futura cantora. Ela o conheceu ainda na infância em Poços de Caldas-MG.

Grávida, Maysa foi convidada pelo produtor musical Roberto Corte Real que se encantou com sua voz para gravar seu primeiro disco pela gravadora RGE. Do casamento de Maysa e André, nasceu seu único filho Jayme Monjardim, atual diretor de cinema e novela da televisão brasileira, e o primeiro trabalho de Maysa veio seis meses depois com o LP Convite Para Ouvir Maysa, um disco totalmente autoral destinado a arrecadação de fundos ao Hospital Central do Câncer de São Paulo (atual Hospital A.C. Camargo), com destaque para as músicas "Adeus" e "Resposta", mesmo com oposição de seu marido André que não aceitava com a idéia de sua esposa tornar-se cantora.

Era o início da carreira de Maysa Figueira Monjardim Matarazzo, ou simplesmente Maysa, que a consagrou como autora e intérprete da chamada "música de fossa".

Maysa - Resposta


"Mas eu só digo o que penso. Só faço o que gosto. E aquilo que creio." ("Resposta", de Maysa)

Trecho do programa Ensaio Especial Maysa, da TV Cultura, apresentado por Antônio Abujamra em 1975, onde a cantora foi entrevistada e cantou um de seus grandes sucessos: "Resposta".

Homenageada do Dia: Maysa


Maysa - Ouça

Cantora, compositora e atriz, ela escreveu seu nome na música brasileira em meados da década de 1950. E em razão dos 75 anos de seu nascimento, o blog Sintonia traz Maysa como a Homenageada do Dia.