24 de set. de 2010

Momento Flashback: Lady Brody

Lane Brody - Over You

Lane Brody é uma cantora e compositora da música country nos Estados Unidos. Nascida em 1955 em Illinois, no estado de Chicago e estudou no Horlick High School em 1969.

Começou desde cedo ao fazer jingles para propagandas comerciais de tv e rádio. Inicia sua carreira musical em 1977 com "You're Gonna Make Love to Me". Em 1982, Lane compôs "The Hottest Night of the Year" ao lado da cantora canadense Anny Murray. Logo depois partiria para o sucesso, compondo singles que fariam torná-la conhecida do público norte-americano. O início seria no mesmo ano quando lançou o compacto com as músicas "Over You" e "My Side of the Bed", que logo entrariam em seu primeiro disco lançado em 1985, pela gravadora EMI.

Lane ganhou indicação ao Oscar pela música "Over You", passando a ser seu grande sucesso, incluída na trilha do filme "Tender Mercies" ("A Força do Carinho"), de 1983. Outro grande momento da cantora foi cantar em dueto com Johnny Lee na música "The Yellow Rose". Continua em atividade até hoje, tendo gravado quatro discos. O último foi lançado neste ano com On the Wings of Song.



23 de set. de 2010

A Música no Mundo e no Brasil - Parte 40


Beethoven - Sonata ao Luar


A partir de hoje irei falar da vida e da obra dos maiores expoentes da música erudita no Brasil e no mundo. Pra começar, hoje trago Ludwing Van Beethoven, ou simplesmente, Beethoven.

Inscrito na Universidade de Bonn em 1789, transferiu-se para Viena três anos depois para estudar com J. Haydn e depois com A. Salieri. Sua surdez começou a manifestar-se em 1802.

Duas paixões infelizes, sobretudo a segunda, por Thereze von Brunswick, marcaram-no profundamente. Partidário dos ideais da liberdade e de justiça da Revolução Francesa, expressou-os em sua música como em "Concerto Para Piano nº 5 (Imperador)". Seus últimos anos foram entristecidos pelas inquietações que lhe causou o sobrinho, Karl, confiado à sua tutela, e também por sua surdez total. Teve amigos e protetores devotados como a família Brunswick, o arquiduque Rodolfo de Habsburg (mais tarde seria arcebispo de Olmütz), o príncipe Karl Lichnowsky, o violinista Schuppanzigh, dentre outros.

Em 1852, W. de Lenz propôs a divisão em três estilos para o estudo de sua obra: A primeira época (até mais ou menos 1804) sofre a influência de haydn, Mozart e Clementi; a segunda já revela um pensamento mais amplo e mais subjetivo; a terceira, a partir de 1819, mostra uma forma livre e uma linguagem mais audaciosa. No campo vocal, Beethoven deixou três obras maiores: o ciclo de lieder "À Amada Longínqua" (1816), a ópera "Fidélio" com suas três versões feitas entre 1805 e 1814 e suas quatro aberturas, além da grandiosa "Missa Solemnis", de 1823.

Foi, acima de tudo, graças às suas obras instrumentais que Beethoven conquistou seu lugar na história da música. Destacam-se nesta produção as 32 sonatas para piano feitas entre 1795 e 1822 que incluem a "Sonata Para Piano nº 8 (Sonata Patética)" e "Sonata nº 14 (Sonata ao Luar)"; as dez sonatas para piano e violino, especialmente a "Sonata "A Kreutzer" (inspirada na obra de Tolstoi), os 17 quartetos para cordas (1800-1826); os cinco concertos para piano e orquestra (1795 e 1809); as nove sinfonias (1800-1824), dentre elas, a "Sinfonia nº 3 (Heróica)", a "Sinfonia nº 6 (Pastoral)" e a "Sinfonia nº 9", com solistas e coro.

Embora muito ligado às formas tradicionais (sonata, concerto, sinfonia, variações, lied, missa, ópera) em certas épocas de sua criação, Beethoven engrandeceu-as até lhes dar uma dimensão desmensurada, tornando-se um mestre na arte do desenvolvimento temático. Esta nova concepção musical foi alcançada, também, através da intensidade de sua linguagem, a expressividade de sua melodia, o vigor do ritmo, o colorido da orquestração. A mensagem de Beethoven, que ele desejava universal (como em "Testamento de Heiligenstaid" e o coro da 9ª Sinfonia) é, na realidade, a mensagem de um artista solitário, próximo da natureza, que prega a liberdade e reivindica o direito à expressão individual. Ele abre o caminho para o romantismo musical alemão.

Próxima semana falarei de Brahms. Até lá!



22 de set. de 2010

Sobre Helena Elis


Helena Elis - Lugares Proibidos

Helena Elis, 32 anos, é um dos mais novos talentos de nossa MPB. Nem por isso é recente no mundo da música: percorre essa estrada desde os seis anos de idade e acumula muito para contar. Sua produção registra mais de cem criações, entre músicas gospel e MPB. Além de excelente instrumentista sobressai-se também pela magnífica voz, o que a torna uma profissional completa.

Aos seis anos de idade principiou a se interessar por instrumentos, inicialmente com o violão das irmãs mais velhas. Superou-as em pouco tempo e foi convidada a tocar no coral da igreja. Fez Teoria Musical por cinco anos, violão popular e canto por três anos, improvisação por dois anos, e conservatório musical.

Em 1997 decidiu-se pela MPB, que a fascinava, e cursou escola para educar sua voz. Estreou nesse mesmo ano no antigo Bardrugada, em São Paulo. Vendeu cocada de porta em porta para obter recursos para a produção de seu primeiro CD (ETC Brasil). Lançou ETC Brasil (2000), Lugares Proibidos (2002), As Mais Pedidas de Minha Noite (2005), Alma Feminina (2006). Suas músicas, hoje, são ouvidas por mais de centena de rádios em todo o país e recebe apoio mais empolgado da rádio Nova Brasil FM de São Paulo, que opera em cadeia para Campinas, Brasília, Recife, Salvador e Rio de Janeiro. Seus shows não se limitam a São Paulo.

Já se apresentou em várias cidades, particularmente em Fortaleza e São Luís, capitais onde suas músicas se tornaram parte da programação das rádios locais. Quando apresentando-se em Fortaleza, foi convidada por produtores portugueses a fazer uma turnê por Portugal. Enorme sucesso, sendo maravilhosamente bem recebida nas cidades em que esteve ao longo dos dois meses de sua turnê.

Em 2003 foi convidada e participou do Programa do Jô, na rede Globo, o que lhe ensejou convites para participar de apresentações na TV Diário (Verdes Mares), TV Jangadeiro - SBT e TV Cidade – Record. Começou sua turnê Alma Feminina/Sedução abrindo o projeto Chuva de Estrelas do Centro Cultural São Paulo em 01/03/07. Atualmente faz Show de sua nova Turnê, apresentando músicas de seu 5° Cd Autoral Tudo Tem Dois Lados, lançado em 20/03/08 com sucesso de bilheteria no Centro cultural de São Paulo.
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Extraído do site:
http://www.myspace.com/helenaelis#ixzz10HhgIKih


Helena Elis - Sedução



Em apresentação no Bar Lua Nova, no Recanto dos Pescadores em 2007, Helena Elis canta um de seus grandes sucessos.


REVELAÇÃO MPB: Helena Elis



Com influências em Roberto Carlos, Adriana Calcanhotto e Verônica Sabino, a cantora e compositora Helena Elis é a Revelação MPB que trago nesta quarta para todos.



19 de set. de 2010

Sintonia::: Especial Geraldo Vandré



Playlist com Top 15 contendo as maiores composições e interpretações de Geraldo Vandré.

Últimas entrevistas oficiais com Geraldo

No blog do jornalista Altino Machado foi reproduzido, na íntegra, o teor da entrevista com Geraldo Vandré concedida ao repórter Leandro Colon, do Correio Braziliense em 2008. O link, para quem quiser conferir, é este:

http://altino.blogspot.com/2008/12/geraldo-vandr-entrevista.html


Também, no dia em que completou 75 anos, concedeu entrevista ao programa Dossiê, da Globo News, que pode ser visto no link a seguir do Youtube:


http://www.youtube.com/playlist?list=PLE68BA4A88CAB7B30

Geraldo Vandré, ontem e hoje


Geraldo Vandré - Modinha

Geraldo Vandré também chegou a trabalhar como fiscal na Superintendência Nacional de Abastecimento (SUNAB) até 1968, sendo uma autarquia federal localizada em Brasília-DF que estabelecia normas e promovia a execução de medidas destinadas a regular e melhorar as condições de comercialização e que foi extinta em 1997.

No início da década de 1970, Vandré estava na Europa, passando pela França e Alemanha, entre outros países. Em 1972, participou de um festival no Peru, onde ganhou com a música "Pátria Amada Idolatrada, Salve, Salve", parceria sua com Manduka, filho do poeta Thiago de Mello e da jornalista Pomona Politis, já falecido. Gravou seu último disco Das Terras de Benvirá, lançado no Brasil em 1973, onde poucas músicas como "Na Terra Como no Céu" e "Canção Primeira" tiveram sucesso. Gravou programas para a tv, inclusive para as emissoras brasileiras, mas que tiveram sua exibição proibida e censurada de passar aqui no Brasil.

Neste "auto-exílio", Geraldo ficou sem realizar shows. Retornou ao Brasil em julho de 1973, praticamente esquecido pelo público e pelos amigos. Se apresentou ao I Exército no Rio de Janeiro e passou a mudar os rumos de sua vida pessoal, apesar dos fortes boatos de que teria sido torturado durante o Regime, fato negado pelo próprio cantor durante raras entrevistas que concedeu. Mesmo assim continuou a fazer música.

Em agosto de 1982, após bom tempo afastado dos palcos, realizou show numa sala de cinema no Paraguai, vindo a retornar em 1985, apresentando suas músicas inéditas. Em outubro do mesmo ano compôs "Fabiana", uma valsa segundo ele, feita em homenagem à Força Aérea Brasileira (FAB). 10 anos depois, Geraldo faria sua primeira aparição pública no Memorial da América Latina, em São Paulo, em virtude da comemoração da Semana do Asa, onde vários cadetes da aeronáutica cantaram sua composição.

Nas poucas entrevistas que Geraldo concedeu, costuma dizer que sua carreira encerrou em 1968 quando deixou o pseudônimo Geraldo Vandré. Hoje, prefere ser conhecido como o dr. Geraldo Pedrosa, advogado e aposentado do Ministério da Fazenda, solitário em sua morada em São Paulo, já que não se casou novamente e não teve filhos.

Mesmo assim, ainda é lembrado como Geraldo Vandré, um dos grandes artistas da música popular brasileira que completou no último dia 12 deste mês 75 anos de vida. Sua música se encontra na memória de vários brasileiros que viveram na época do Regime e até mesmo de gerações que vieram após 1968, como as inesquecíveis "Rancho da Rosa Encarnada" (em parceria com Gilberto Gil e Torquato Neto), "Ladainha", "João e Maria" (em parceria com Hilton Acioli), entre outras.



Caminhando e Cantando com Vandré


Geraldo Vandré - Pra Não Te Dizer Que Não Falei das Flores (ao vivo)

Além do programa da TV Record, Geraldo Vandré ainda comandou os programas "Canto Geral" (mudado depois para "Canto Permitido"), pela TV Bandeirantes em 1967.

Porém, ocorre uma baixa repercussão na sua carreira quando sua música "Ventania" (parceria com Hilton Acioli) foi desclassificada no III Festival de Música Popular Brasileira, em São Paulo; a outra composição "De Serra, De Terra e De Mar" (parceria sua com Théo de Barros e Hermeto Paschoal) também não foi classificada no II Festival Internacional da Canção, realizada pela TV Globo no Rio de Janeiro.

Em 1968 ocorre uma grande reviravolta na vida de Geraldo após o término de seu casamento com Nilce Tranjan. Compõe, a convite dos frades dominicanos de São Paulo, "A Paixão Segundo Cristino", uma alegoria da crucificação de Cristo num contexto nordestino para a celebração da Semana Santa na Igreja de São Domingos das Perdizes, em São Paulo. Grava um dos seus grandes discos - Canto Geral - e inclui sua composição "Bonita" (parceria com Hilton Acioli) no IV Festival de MPB, onde Tom Zé foi vencedor com a música "São, São Paulo". Durante a apresentação, Vandré e Acioli se desentenderam e teve que apresentar a música duas vezes.

Já o III Festival Internacional da Canção Popular teve, em sua fase nacional, 5.508 inscrições, dentre as quais foram selecionadas 42 melodias, apresentadas nos espetáculos realizados nos dias 26, 28 e 29 de setembro de 1968. Neste festival em que houve recorde de público, a música "Sabiá", de autoria de Tom Jobim e Chico Buarque e interpretada pela dupla de irmãs Cinara & Cibele, concorria com a composição "Pra Não Te Dizer Que Não Falei das Flores" (mais conhecida como "Caminhando"), de Geraldo Vandré, defendida pelo mesmo acompanhado do Quarteto Livre, grupo formado pelo cantor e compositor Geraldo Azevedo (com quem iria compor também a música "Canção da Despedida").

A música de Geraldo já causara um grande impacto junto ao público, formado na maioria por estudantes que a elegeram como um hino de repressão à ditadura militar vigente no país e que logo viria a ter sua execução proibida meses depois. No fascículo 10 do livro "A Ditadura Militar no Brasil", da Coleção Caros Amigos, que trata do governo de Geisel, mostra que agentes do Serviço Nacional de Informação (SNI) pressionaram no sentido de que a canção não ganhasse o festival.

"Pra Não Te Dizer Que Não Falei das Flores" deu uma enorme projeção nacional a Geraldo Vandré que acabou ficando em segundo lugar no festival, mesmo sendo a preferida pelo público. Perdeu para a canção "Sabiá" que foi julgada vencedora pelo júri especial, que acabou sendo vaiada por grande parte dos presentes no ginásio do Maracanãzinho, apesar da defesa do autor em relação a Tom e Chico: "Antônio Carlos Jobim e Chico Buarque de Hollanda merecem o nosso respeito. (…) Pra vocês que continuam pensando que me apóiam vaiando(…). A vida não se resume em festivais". Apesar dos protestos do público, Geraldo tentou cantar sua música para acalmar os ânimos, mesmo se atrapalhando em sua interpretação devido ao barulho do local.

No dia 14 de dezembro de 1968, Geraldo Vandré ainda tinha uma apresentação a fazer no Iate Clube, em Brasília-DF junto com o Quarteto Novo, que acabou não ocorrendo. Sumiu dos palcos diante das perseguições e ameaças ocorridas após a instituição do Ato Institucional nº 5 pelos militares na véspera de sua apresentação (AI-5, sendo um decreto que dava poderes extraordinários ao Presidente da República Arthur da Costa e Silva e suspendia várias garantias constitucionais). Fugiu do país para o Chile e logo depois para a Europa, permanecendo escondido dos amigos por um bom tempo.



Vandré e os festivais



Geraldo Vandré - Disparada


No dia 31 de março de 1964, ocorreu no Brasil a implantação do Regime Militar, diante da crise política que assolava o país que resultou no afastamento do Presidente da República João Goulart e tendo assumido o poder o Marechal Castelo Branco.

Geraldo Vandré fez sua estréia oficial na música neste ano, com o lançamento de seu primeiro disco homônimo, com destaque para "Fica Mal com Deus", "Pequeno Concerto Que Virou Canção" e "Menino das Laranjas", entre outras, tornando-se autor de canções líricas ou de forte conteúdo social. Só no ano seguinte é que faz sua estréia nos festivais de mpb.

Vários foram até agora os festivais importantes de música popular realizados em São Paulo e no Rio de Janeiro. O primeiro deles foi o I Festival de Música Popular Brasileira da TV Excelsior de São Paulo, realizado em abril de 1965, onde a música vencedora foi "Arrastão", de Edu Lobo e Vinícius de Moraes, interpretada por Elis Regina.

Foi aí que Geraldo defendeu, pela primeira vez, uma composição de Chico Buarque com a música "Sonho de um Carnaval". No mesmo festival, inscrevera sua composição "Hora de Lutar", mas que não foi classificada, sendo incluída, juntamente com a música de Chico, no segundo disco do cantor, gravado no mesmo ano pela gravadora Continental. Geraldo ainda compôs a trilha sonora do filme "A Hora e a Vez de Augusto Matraga", de Roberto Santos e estrelado pelo ator Leonardo Villar, adaptado da obra "Sagarana" de Guimarães Rosa.

Em 1966, Geraldo se torna conhecido do grande público após lançar o seu terceiro disco Cinco Anos de Canção. O carro-chefe foi o marcha-rancho "Porta-Estandarte" que venceu em novo Festival de Música Popular Brasileira, promovido pela TV Excelsior de SP no mesmo ano, sendo defendida pelos cantores Tuda e Aírton Moreira. Vandré e Fernando Lona, compositores da música fizeram jus ao Prêmio Berimbau de Ouro pela vitória, como também de 20 milhões de cruzeiros velhos (moeda da época). Logo depois, o cantor inicia sua turnê pelo Nordeste, juntamente com o Trio Novo, formado pelos instrumentistas Théo de Barros, Heraldo do Monte e Aírton Moreira (mais tarde Hermeto Paschoal faria parte, mudando o nome para Quarteto Novo).

Entre setembro e outubro deste ano, foi realizado pela TV Record o que seria realmente o III, mas que passou a ser considerado o II Festival de Música Popular Brasileira em que premiava o vencedor com a Viola de Ouro, além de 30 milhões de cruzeiros velhos. A amizade e parceria de Geraldo com Théo de Barros resultou na composição "Disparada", tendo inscrita e chegado ao final deste festival, ganhando o 1º lugar, defendida pelo cantor Jair Rodrigues, Trio Novo e Trio Marayá. O crítico musical Zuza Homem de Mello, em seu livro "A Era dos Festivais - Uma Parábola", da Editora 34, conta que a música vencedora seria a de Chico e fala dos bastidores que levaram o júri a mudar a votação de 7x5 para 6x6 que culminou no empate entre "A Banda" e "Disparada", que era a preferida do público.

Nesta música, Geraldo buscou comparar as classes mais pobres com as mais ricas no tocante às formas de exploração numa temática sertaneja, em ritmo de galope. No festival mencionado, "Disparada" concorreu com a música "A Banda", de Chico Buarque, defendida pelo mesmo e pela cantora Nara Leão que ganhou no júri, mas acabou dividindo a primeira colocação por imposição do próprio Chico, diante de uma platéia dividida.

Já no Rio de Janeiro, em outubro do mesmo ano, foi realizado no estádio do Maracanãzinho, o I Festival Internacional da Canção, onde foi vencedora a música "Saveiros", de Dori Caymmi e Nelson Motta, cantada por Nana Caymmi, ganhando o prêmio Galo de Ouro. Geraldo Vandré obteve a segunda colocação com a música "O Cavaleiro", parceria dele com Tuca que foi o intérprete. No ano seguinte, Geraldo Vandré ganhou um programa próprio denominado "Disparada", pela TV Record de São Paulo, dirigido por Roberto Santos.



O "Vandré" de Geraldo


Geraldo Vandré - Porta-Estandarte

Geraldo Pedrosa de Araújo Dias é o nome de batismo dado pelos seus pais: o médico José Vandregísilo e D. Maria Eugênia. Nasceu em João Pessoa, capital da Paraíba em João Pessoa no dia 12/09/1935 e desde criança já tinha desejo de cantar e de ser cantor, tanto que chegou a participar em festivais de música no colégio onde estudou. Na Rádio Tabajara de João Pessoa, Geraldo se apresentou em um programa de calouros.

Mudou-se para o Rio de Janeiro ainda na adolescência com a família, em 1951. Lá, conheceu pessoas ligadas à música como o produtor, compositor e instrumentista Eduardo Lincoln, que levou Geraldo pra conhecer o pianista Luiz Eça (que formaria mais tarde um dos mais famosos conjuntos instrumentais da década de 1960: o Tamba Trio). Segundo o renomado crítico musical Tárik de Souza, em seu artigo publicado no livro "Oitenta", pela L&PM Editores, de 1979, disse que "em termos musicais, ele começava a travar uma luta sonora com o meio ambiente da bossa nova e com suas próprias influências jazzísticas".

Paralelo às suas apresentações que fazia com eles, Geraldo ingressou na Faculdade Nacional de Direito (hoje: Faculdade de Direito da Universidade Federal do Rio de Janeiro), entre 1957 e 1961, onde conheceu o compositor Carlos Lyra. Antes, Geraldo chegou a defender a música "Menina" (composição de Lyra) em um concurso promovido pela TV-Rio, usando o pseudônimo Carlos Dias (inspirado nos cantores Carlos Galhardo e Carlos José). Era o início da amizade e parceria entre eles que resultaria nas futuras composições como "Quem Quiser Encontrar o Amor" (primeiro sucesso de 1961) e "Aruanda".

Torna-se militante estudantil e integrante do Centro Popular de Cultura da União Nacional dos Estudantes (UNE). Mais tarde, através de um encontro com o folclorista Valdemar Henrique, surgiu a oportunidade de se apresentar no programa da Rádio Roquete Pinto, já adotando o nome "Vandré", que resultou da abreviatura do nome do pai. Após a conclusão do curso, Geraldo Vandré passou a se dedicar de vez à música e que viria a se tornar um dos grandes nomes da música popular brasileira na década de 1960.

Em 1962, Geraldo se apresentou no Juão Sebastião Bar em São Paulo, onde iniciou trabalhos com Luís Roberto, Baden Powell e Vera Brasil. Neste mesmo ano gravou com Ana Lúcia a música "Samba em Prelúdio" (de Baden Powell e Vinícius de Moraes), pela Áudio Fidelity, com grande sucesso. Casa-se com a jornalista Nilce Tranjan em 1964 que veio a apoiar a carreira musical de Geraldo.



Geraldo Vandré - Arueira



Vídeo restaurado pelo Arquivo Record, mostrando a apresentação de Geraldo Vandré no Festival de Música Popular Brasileira da TV Record em 1967, cantando uma de suas grandes composições que faz parte do seu disco Canto Geral, lançado no ano seguinte, contando com a participação do Trio Marayá, de Natal-RN, formado por Marconi Campos, Behring Leiros e Hilton Acioli.


Geraldo Vandré: Homenageado do Dia


Geraldo Vandré - Vou Caminhando

A letra da música revela o oposto da vida do paraibano Geraldo Pedrosa de Araújo Dias nos dias atuais. Isso porque ao falar de si mesmo em uma entrevista concedida a Leandro Colon, do "Correio Braziliense", disse que "foi um artista, uma pessoa que fazia música, arte, canção popular".

Aos admiradores ou não (e por sugestão de uma leitora do blog) Geraldo Vandré, que completou 75 anos de idade no último dia 12 deste mês, é o Homenageado do Dia que trago neste domingo para conhecer um pouco de sua vida e sua breve carreira.